Recentemente li o relato sobre uma ovelha que em Istambul, na Turquia, saltou de um rochedo. O que torna a história especialmente trágica é que cerca de outras 1.500 ovelhas seguiram a primeira, e um terço morreu. A maior parte das outras sofreu ferimentos e todas devem ter imaginado no seu jeito tímido de ser ovelha: “Onde foi que eu estava com a cabeça?”
Se isso lhe parece uma aberração, algo raro no mundo das ovelhas, saiba que não. Ken Johnson, um amigo querido, em seu livro, Pursuing Life With a Shepherd’s Heart (Vivendo com um coração de pastor), relata exemplos do comportamento tolo das ovelhas.
Certa manhã bem cedo, Ken se preparava para soltar as ovelhas do celeiro. Quando a primeira chegou à porta, Ken segurou o cabo de uma enxada em frente dela para ver o que ela faria. Ela pulou o cabo e continuou andando em direção ao pasto. Ken então tirou o cabo da enxada do caminho. Porém, cada uma das demais, para deixar o celeiro, parava no mesmo lugar onde estivera o cabo da enxada e saltava exatamente como fizera a primeira. Ovelhas seguem o exemplo do líder, quer faça sentido quer não.
O que isso tem a ver com o ambiente de trabalho? Muito. Geralmente seguimos o líder, haja ou não uma boa razão para isso. Adotamos a velha filosofia de negócios, que “todo mundo está fazendo o mesmo”. Usamos avançados recursos tecnológicos, só porque alguém mais os possuem. Ao entrar em uma loja, vamos para a fila, só porque todo mundo está nela.
Nosso comportamento lembra o das criaturas lanosas que chamamos de ovelhas. A Bíblia afirma: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho” (Isaías 53.6). As Escrituras apresentam várias comparações entre ovelhas e pessoas, demonstrando que aquelas dependem desesperadamente de um pastor.
É um alerta para sermos cuidadosos com quem seguimos, para não nos desviarmos do caminho, e se ocupamos cargo de liderança, levarmos com seriedade e sobriedade a responsabilidade de “pastorear” de maneira apropriada aqueles que são confiados à nossa direção e cuidado. Eis alguns princípios que a Bíblia nos fornece:
Precisamos de um “pastor”. Tendemos a crer que podemos ser independentes, operando sem assistência ou orientação de alguém. Porém, como a ovelha, podemos nos extraviar levados por ideias, motivos e objetivos errados. “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” (Mateus 9.36).
Cuidado com os “pastores” que você segue. Alguns líderes podem ser convincentes, assegurando-nos que defendem nossos interesses. Precisamos ser cautelosos para termos certeza que queremos ir para onde eles estão nos levando. “Meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as desencaminharam e as fizeram perambular pelos montes...e se esqueceram do seu próprio curral” (Jeremias 50.6).
“Pastor” certo é aquele em quem podemos confiar. O “pastor” que vale a pena seguir é aquele que está ao nosso lado, se juntando a nós e nos liderando em momentos de desafios e adversidades. Ele não nos abandona quando as coisas ficam difíceis. Jesus é o exemplo definitivo: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge... Conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem, assim como o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; e dou a Minha vida pelas ovelhas” (João 10.11-14).