A Armadilha de Colocar Muito em Um Só Lugar
Por Rick Boxx
Você já ouviu a advertência contra “colocar todos os ovos em uma só cesta”? Isto se aplica a muitas coisas na vida, especialmente no mundo dos negócios. Quer isso diga respeito a um grande cliente de uma empresa comercial, ou a um único doador de uma entidade sem fins lucrativos, quando a fonte de renda provém significativamente de uma única fonte, sua organização está flertando com o perigo. Se algo der errado nesse relacionamento, podem surgir grandes problemas.
Pequenas empresas, algumas vezes, são abertas contando com uma única conta. As coisas vão bem: as vendas são altas e o fluxo de caixa é estável, até que um dia, por qualquer motivo, aquela conta é perdida. De repente, a fonte de renda que aparentava ser tão confiável se perde e começa a luta de todos pela sobrevivência.
Outra armadilha de se depender demasiado de um único cliente está na influência que ele pode exercer. Sempre que a sua renda se torna abertamente dependente de um só cliente ou doador, você pode se sentir pressionado a fazer concessões pouco saudáveis para sua empresa. Pode ser lisonjeiro contar com uma fonte que investe pesadamente no trabalho que você está fazendo. Entretanto, também pode ocorrer a tentação de tomar decisões tendo como foco satisfazer aquela fonte, e não em permanecer fiel a sua missão, especialmente quando está em risco aquele relacionamento fundamental.
Qual a solução? A resposta é muito simples: diversificação. Minha experiência – e peritos podem confirmar isso – diz que o melhor é procurar limitar qualquer cliente a 15% ou menos de sua renda total. Pode ser difícil dizer “não”, especialmente quando existe potencial para um fluxo de renda realmente significativo. Porém, determinar-se a “distribuir a riqueza”, desenvolvendo uma ampla variedade de fontes é melhor do que as consequências adversas que podem resultar da perda de um único cliente que concentra a maior parte da renda de sua empresa.
Este é outro exemplo da grande sabedoria atemporal que encontramos na Bíblia. O rei Salomão abordou esta questão em particular quando aconselhou:
“Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra.” (Eclesiastes 11:2). Outra tradução coloca isso da seguinte maneira: “Mas divida seus investimentos entre muitasposições, porque você não sabe os riscos que pode encontrar à frente.”
Existem outras razões para a diversificação no trabalho, bem como em nossas finanças. Uma delas é o desejo, como embaixadores de Deus, de exercer um impacto amplo em nossa comunidade, em nossa cidade e até mesmo no mundo. O salmista escreve sobre “...o homem que teme o Senhor e tem grande prazer em seus mandamentos!...O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota de seus adversários. Reparte generosamente com os pobres; a sua justiça dura para sempre...” (Salmos 112:1,8-9).
Esta passagem fala especificamente sobre procurar satisfazer as necessidades dos desfavorecidos, mas o princípio permanece verdadeiro. Podemos servir de modo mais eficiente – e sermos usados por Deus de maneiras mais frutíferas – quando diversificamos o uso do nosso tempo, energia e recursos.
O que nos traz à mente a parábola de Jesus acerca dos talentos em Mateus 25:14-30. Ela fala sobre três indivíduos a quem seu senhor confiou recursos enquanto estava fora. Dois dos servos sabiamente investiram o dinheiro e entregaram a seu senhor um retorno substancial. O terceiro, simplesmente escondeu o que lhe tinha sido entregue e quando o seu senhor retornou para casa, ele não tinha nenhum rendimento a lhe apresentar. Se quisermos crescer – tanto nos negócios, como no serviço a Deus – precisamos diversificar e nos fortalecer com o processo.
Próxima semana tem mais! Rick Boxx é presidente e fundador da 'Integrity Resource Center', escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de 'Momentos de Integridade com Rick Boxx', um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).